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O instinto

Foto do escritor: Luiza Utzig ModestiLuiza Utzig Modesti

A parte invisível dos líderes


Talvez existam poucas cenas tão lindas e válidas de observação do que momentos em que o instinto protagoniza. Acredito que observar a natureza é um excelente exercício de autoconhecimento e, nela, por vezes, afogamos possibilidades de aprendizado que existem simplesmente pela presença ativa.


Sejam afogamentos por desprezo, pressa ou até certo afastamento de toque, de cheiro, de conexão. Estamos acostumados ao afastamento da nossa origem.


O processo civilizatório tem calado, pouco a pouco, nossa conexão com o primitivo e os animais, ao contrário disso, ainda estão conectados de forma mais inteira ao instinto e nos revelam que esse movimento é sim precioso. O que nos parece a cena de um cachorro que se deita no tapete da porta da frente da casa minutos antes do seu dono chegar, sem avisos. Ou as espécies que se isolam quando sabem que vão morrer ou até os filhotes de tartaruga que, sem nenhuma teoria, caminham em direção ao mar porque sabem que precisam disso para sobreviver.


O próprio processo do nascimento humano, com incríveis sequencias emocionantes de aprendizado sobre o instinto, nos leva a esse retorno da conexão com o instinto.


TD Jakes é autor de um livro interessantíssimo chamado “Siga seu instinto” e é baseada nessa leitura que me permito conectar esse tema com a liderança.

Ele escreve em seu livro:


“Você deve permitir que os seus instintos se tornem sua ponte – eles nos ensinam como pegar menos e fazer mais.”

Costumo dizer nos processos de desenvolvimento da Três que uma das grandes habilidades de um líder diferenciado é a sua capacidade de se conectar com tudo aquilo que explicitamente não lhe é apresentado, dito, apontado. Essa percepção do invisível nos permite usar o nosso instinto que, sempre esteve aqui dentro de nós, para atuar positivamente ao propósito em questão.


Se eu não uso, ele adormece. Eu limito minha condição de criação, de decisão e de relacionamentos a uma parcela explícita da minha vivência. Isso acontece, especialmente, quando nos perdemos de tal forma do nosso Sentir que é como se tivéssemos dificuldade em “voltar para casa”, ou seja, voltar para o meu eu depois de um longo dia exaustivo.


Desenvolver isso não é simples, mas possível. Criar pequenos momentos de contemplação durante o dia, perguntar para mim mesmo – ainda que em silêncio – como me sinto agora, conversar abertamente com Deus como desabafaria com um grande e especial amigo, usar a imaginação!


Por que ridicularizamos nossa capacidade de imaginar, sonhar, criar ideias ainda que sejam racionalmente absurdas, se elas são capazes de produzir insights novos que podem ser subsídios de boas e produtivas ideias? Aquela cena da criança usando qualquer objeto quadrado, levando ao ouvido e acreditando estar chamando “alô vovó”, o que nos ensina?


Acredito que temos limitado nossa capacidade como líderes quando resumimos nossa atuação apenas na lógica e no raciocínio. Inclusive, quando limitamos nossa equipe ao desenvolvimento apenas desta dimensão.


Ser capaz de conectar esse incrível intelecto - que aprendemos tanto a estimular - ao nosso instinto é assumir a coragem de liderar integralmente. Voos e paisagens diferentes foram desbravados por grandes líderes porque souberam dar atenção aos seus instintos. Isso não é exclusividade de poucos. Mas são, por enquanto, poucos dispostos a desenvolver a sua liderança de forma integral.


Arrisque-se a liderar com a coragem necessária de nem sempre se encaixar em rótulos dispostos. Como citado, use seus instintos para que possa fazer muito mais com menos recursos. Há muitas respostas dentro de si e esse é um excelente tempo para esse convite, não achas?


Luiza Utzig Modesti

Fundadora e FACILITADORA da Três – facilitação e desenvolvimento humano

Gestora empresarial

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