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Foto do escritorLuiza Utzig Modesti

Ser líder

Atualizado: 25 de fev. de 2020

Aristóteles, em algum momento dos seus 62 anos vividos, disse que “felicidade é o pleno desabrochar da natureza de quem vive.” Apaixonei-me por esse conceito, porque vejo nele uma sequência de verdades que o Ser deve encarar para ser (do verbo) um Ser (do substantivo) Líder. Um líder é, antes, um Ser. E é neste Ser que estão os caminhos, mais profundos e consequentemente mais abundantes de uma liderança real, sincera, autêntica. Características que, na demanda da sociedade atual, são àquelas que sustentam sua habilidade de influenciar as pessoas. Estamos em novos tempos... tempos mais difíceis de conseguir o direito de liderar alguém... porque a autenticidade da influência está pouco relacionada a cargo, salário, remunerações – mesmo que sejam por desempenho ou mérito. Nunca estivemos em um tempo com tantas pessoas no ‘estar líder’ e poucas pessoas no ‘ser líder.’

Mas então, o que seria um pleno desabrochar? Pleno, de plenitude, é um estado daquilo que é inteiro. Não há liderança pela metade. Vejo algumas pessoas dispostas a “liderar até aqui”, porque se dão o direito de liderar até o ponto no qual suas habilidades o garantem sucesso. É muita segurança, comodidade, facilidade para um Ser líder. Estar inteiramente conectado com aquilo que se pretende fazer, sem atalhos, sem garantias, sem respostas prontas ou noites perfeitamente dormidas. Liderar é, antes de mais nada, uma decisão. É como casar, ter um filho, tornar-se empreendedor. Ou você se entrega e percorre toda a ponte, ou então, a queda já está preparada – mesmo que você tente não acessá-la, a queda está lá... no seu subconsciente. É apenas uma questão de tempo para você se apoiar na primeira dúvida, falha, crítica ou desordem para você falar diretamente ao seu íntimo “no fundo eu sabia que não daria certo.”

Essa plenitude é de um desabrochar. Uma flor não desabrocha no dia que nasce. Por que então achamos que ganhar um crachá novo, uma vaga no estacionamento VIP, uma sala separada ou uma cadeira de rodinhas vai fazer com que sua liderança seja despertada de forma instantânea? Desabrochar significa despertar, com paciência, ao se alimentar de recursos que cooperam com o seu crescimento. Não é instantâneo e também não é uma espera milagrosa. Para desabrochar, é necessário alimentar-se daquilo que contribui para o seu propósito. É escolher suas influências, é gerir sua emoção, aceitar o dia que não foi bom sem culpa destrutiva, é aprender a perguntar para quem já esteve na sua posição, é lidar com suas expectativas frustradas, é estudar sobre quem conseguiu bons resultados, é alimentar-se para desabrochar de uma maneira autêntica. Nenhuma flor tem hora marcada para desabrochar. A diferença é que ela precisa que alguém lhe traga o alimento necessário para despertar. Nós, líderes, temos o desabrochar na nossa mão através da livre e incrível capacidade de fazer escolhas.

Por fim, Aristóteles fala “da natureza de quem vive.” Lideres não nascem prontos, tenho convicção sobre isso. Mas existe uma grande diferença sobre a natureza na qual você lidera. Natureza é uma condição original, você nasce com talentos atemporais na sua individualidade maravilhosa criada por Deus. Não tente liderar a partir da natureza do outro, porque o melhor resultado possível será a melhor cópia do mundo. “Conhece-te a Ti mesmo” e desabroche de forma plena no propósito da felicidade de liderar. Ao ‘Ser Líder’ de hoje e do amanhã, dedico essa pergunta: Se liderar é um caminho e o líder é um viajante, quais fronteiras você tem explorado dentro de si mesmo com propósito claro de chegar a um lugar diferente de todos já visitados, para compartilhar com o seu time, uma vivência que eles não teriam com um líder qualquer?


Luiza Utzig Modesti, fundadora da Três – facilitação e desenvolvimento humano.


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